sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A Lenda do Pássaro Cabeça-de-Vento






















Numa tribo indígena, havia uma mulher que se sentia muito infeliz no casamento. O marido era um daqueles homens broncos, insensíveis, incapazes de um ato de verdadeiro carinho, mas que dizia amar muito a mulher. Ela, a cada dia, se sentia mais oprimida por ele. Sabia que seria muito difícil deixá-lo, pois ele não aceitaria jamais este fato. Mesmo assim, teve coragem para dizer-lhe que iria embora. É claro que o marido não concordou e, de acordo com os costumes da tribo, ela teria de ficar com ele. O marido, então, passou a oprimi-la ainda mais. E assim foram vivendo, por muito tempo.
Uma noite, porém, a mulher fez uma descoberta fascinante: depois que o marido dormia, ela podia deixar o corpo na cama, ao lado dele, e sair com a cabeça para voar. Ele, dormindo, como de costume, passava a mão do lado dela e via que ela estava lá e continuava a dormir. Ela, a cabeça, voava por toda a floresta, conhecia lugares incríveis. E assim foi por um bom tempo. Quase todas as noites, a cabeça ia passear sozinha, longe da opressão do marido.
Tudo ia mais ou menos bem, mas, uma noite, a cabeça voou para longe demais… e não conseguiu encontrar o caminho de volta. Ficou só aquela cabeça a voar, perdida na floresta.
Ao amanhecer, o marido se deu conta de que só tinha o corpo da mulher consigo. Ficou furioso. Não podia aceitar aquilo e, como tinha só o corpo, decidiu castigá-lo: surrou-o até a morte. Não satisfeito, esquartejou o corpo, queimou-o jogando as cinzas no rio.
E a cabeça? O Deus da tribo, para não deixá-la aquela vagando perdida pela floresta, transformou-a no “pássaro-cabeça-de-vento”. E foi assim que este pássaro surgiu na Terra. Um pássaro que traz consigo um grande ar de tristeza, mas que, no fundo, tem um quê de felicidade,, pois é livre.

Contado por Ricardo Azevedo no curso “Elos entre o folclore e a literatura infantil” (Belo Horizonte – 2000)
Reescrita: Carmélia Cândida

sexta-feira, 9 de outubro de 2009




Caminhe com leveza na primavera.
A Mãe Terra está grávida.
Sabedoria Kiowa

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Filtro dos Sonhos














































Conta uma velha lenda dos nativos norte-americanos, que um velho índio ao fazer uma Busca da Visão no topo de uma montanha, lhe apareceu IKTOMI, a aranha, e comunicou-se em linguagem sagrada. A Aranha pegou um aro de cipó e começou a tecer uma teia com cabelo de cavalo e as oferendas recebidas

Enquanto tecia, o espírito da Aranha falou sobre os ciclos da vida, do nascimento á morte e das boas e más forças que atuam sobre nós em cada uma dessas fases. Ela dizia :

"Se você trabalhar com forças boas, será guiado na direção certa e entrará em harmonia com a natureza. Do contrário, irá para direção que causará dor e infortúnios".

No final a Aranha devolveu ao velho índio o aro de cipó com uma teia no centro dizendo-lhe:

"No centro está a teia que representa o ciclo da vida. Use-a para ajudar seu povo a alcançar seus objetivos, fazendo bom uso de suas idéias, sonhos e visões. Eles vem de um lugar chamado Espírito do Mundo que se ocupa do ar da noite com sonhos bons e ruins. A teia quando pendurada se move livremente e consegue pegar sonhos, quando eles ainda estão no ar. Os bons sonhos sabem o caminho e deslizam suavemente pelas penas até alcançar quem está dormindo. Já os ruins ficam presos no círculo até o nascer do sol, e desaparecem com a primeira luz do novo dia"

Esse círculo é conhecido como "dreamcatcher" (apanhador de sonhos). Aqui no Brasil é chamado de Filtro dos Sonhos ou Coletor de Sonhos.

Trata-se de um instrumento de poder para assegurar bons sonhos para aqueles que dormem debaixo dele, e também para trazer visões.

Geralmente são colocados onde a luz bate pela manhã, em frente a janela. Os nativos nos ensinam que os sonhos passam pelo furo no centro e os maus sonhos ficam presos na teia e se dissipam à luz do amanhecer.

A arte de viver junto




Conta uma lenda dos índios sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram:

- Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Há o que possa ser feito, ainda que sejam tarefas muito difíceis. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva!

Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão.
No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves.

O velho tirou-as dos sacos e constatou que eram verdadeiramente formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido.

-E agora, o que faremos? Os jovens perguntaram.

-Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres.

Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno.

Minutos depois, irritadas pela impossibilidade do vôo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar.

Então o velho disse:

-Jamais esqueçam o que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro.

Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

Libere a pessoa que você ama para que ela possa voar com as próprias asas.

Essa é uma verdade no casamento e também nas relações familiares, de amizades e profissionais. Respeite o direito das pessoas de voar rumo ao sonho delas.

A lição principal é saber que somente livres as pessoas são capazes de amar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Amor Indígena






Na noite escura
De preto céu
De estrelas foscas
De cinzento véu

Sinto a areia
Tão molhada
Tão úmida

Tudo calmo
Ninguém ali, ninguém lá
Lua nua

Vejo uma sombra
Que foge
Asas pesadas
Voam
Seus batimentos
Ressoam
Tão triste noite vazia

Pergunto a lua:
Por que tão preto céu?
Por que a noite nua?
Por que a areia molhada, úmida?

A esperança fugiu
Meu amor voou
Minha vida passou
E eu não parei de pensar

Óh, índia
Que foge dos meus olhos
Que não consegui te achar
Vem pra mim
Se torne meu sonho sem fim.

Glauber Vilvert da Silva

Tucano



Além de protagonistas ou coadjuvantes nas fabulações míticas indígenas, os pássaros são também guias dos pajés - como acontece em quase todas as culturas xamânicas do planeta. A capacidade inerente do xamã de voar até o céu (outro mundo) e retornar, muitas vezes metamorfoseado em pássaro, aparece com freqüência nos relatos dos índios brasileiros.
Durante os rituais fúnebres, o pajé canta, dança e entra em transe, invocando os espíritos protetores para ajudarem as almas na longa e perigosa jornada até a morada eterna. Um desses protetores é justamente um pássaro admirado por sua plumagem e bico coloridos: o Tucano.


Ademir Assunção

sábado, 22 de agosto de 2009

Caboclinho



















Caboclinho é um bailado de origem indígena , representa, com música e dança característica, um drama que simboliza batalhas, caçada e colheitas.
A música, leve e ligeira, é executada por pífanos, surdos , maracás, reco-recos e ganzás.
As coreografias são ricas e, entre as mais conhecidas, podemos citar o ataque de guerra, a aldeia, o cipó e a emboscada. As danças mais utilizadas são a guerra e o baião (ou baiano), entre outras, sendo conhecidas genericamente por Toré. Com exceção dos músicos, todos os demais se envolvem num bailado rápido, que exige desenvoltura e, principalmente, excelente forma física, pois se abaixam e se levantam agilmente, ao mesmo tempo em que rodopiam, apoiando-se nas pontas dos pés e calcanhares.

A indumentária utilizada pelos Caboclinhos, ricamente enfeitadas com penas, é composta por saiotes, cocares (enfeites de cabeça) e ataca nos punhos e tornozelos, todos de pena de ema, avestruz ou pavão, além de colares com dentes de animais e pequenas cabaças presas à cintura.

Os Caboclinhos possuem seus personagens, com funções específicas dentro do bailado: o Cacique (ou Caboclo-Velho), a Índia-Chefe (ou Mãe-da-Tribo), o Pajé, o Matrua, o Capitão, o Tenente, os Perós (meninos e meninas), o Porta-Estandarte, os Caboclos de Baque (músicos) e os caboclos e caboclas.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Rudá



















Deus do Amor (Tupi), encarregado de promover a reprodução de todos os seres vivos. Tem a aparência de um guerreiro e vive nas nuvens, com duas ajudantes: Cairé (a Lua Cheia) e Catiti (a Lua Nova). Essas duas tinham a missão de despertar saudades nos amantes ausentes.

Rudá é o Cupido dos Indígenas. É a ele que as virgens e os guerreiros se dirigiam, pedindo-lhe proteção nas suas pretensões amorosas.

As cunhãs, nas horas de saudade do seu amado, como suas ancestrais índias, erguiam a voz à Rudá de braço estendido na direção em que deve andar o seu bem amado, e imploravam:


"Rudá, Rudá,
Iuaká pinaié
Amãna reçaiçu

Iuaká pinaié
Aiuté Cunhã

Puxiuéra oikó
Ne mumamára ce recé

Quahá caarúca pupé"
Traduzindo:


" Óh Rudá, tu que estás nos céus e que amas as chuvas...Tu que estás no céus...faz com que ele, por mais mulheres que tenha, as ache todas feias; faz com que ele se lembre de mim esta tarde quando o Sol se ausentar no ocidente...."

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Kerpimanha



















Contam os tupis que junto a Tupã, o deus dos deuses, capaz de dominar os raios e os trovões, morava uma deusa-anciã, chamada Kerpimanha.
A velha senhora, dona dos sonhos, desce do céu pelo caminho do arco-íris para trazer os sonhos que sonhamos, por vezes acordados durante o dia, e pelos raios da estrelas os que sonhamos durante a noite, em repouso.
Com um sopro de vida ela entra nos corações das pessoas e só sai de lá quando elas despertam, assim quando uma pessoa se lembra do seu sonho encontra o recado de Tupã que a velha deixou gravado no seu coração.

sábado, 1 de agosto de 2009

Erro de português





Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Oswald de Andrade

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Kerpimanha

















Deusa-Anciã, Senhora dos Sonhos, que desce do céu, pelo caminho do Arco-Íris (durante o dia) ou pelos raios das estrelas (durante à noite) e entra no coração das pessoas enquanto dormem e só sai de lá depois que elas acordam.
Assim, quando uma pessoa acorda, encontra em seu coração o recado de Tupana, que a Velha deixou.
Contam os tupis que junto a Tupã, o deus dos deuses, capaz de dominar os raios e os trovões, morava uma deusa-anciã, chamada Kerpimanha.
A velha senhora, dona dos sonhos, desce do céu pelo caminho do arco-íris para trazer os sonhos que sonhamos, por vezes acordados durante o dia, e pelos raios da estrelas os que sonhamos durante a noite, em repouso.
Com um sopro de vida ela entra nos corações das pessoas e só sai de lá quando elas despertam, assim quando uma pessoa se lembra do seu sonho encontra o recado de Tupã que a velha deixou gravado no seu coração.

Boitatá














É "o gênio que protege os campos contra aqueles que os incendeiam". "...uma entidade de fogo que persegue os homens.

Espírito de gente ruim, que anda de rojo, flamejando. Faz perder a vista aos que o olham.

Quer dizer 'cobra de fogo'.

Faz-se notar à noite, especialmente nas proximidades do cemitério. Nada mais é que o fogo fátuo", ou emanações, luminescências, ou fosforescências, resultantes de combustão espontânea das gorduras dos animais putrefatos nos campos, ou mesmo nos cemitérios. Por isso, também é apresentado como um fantasma que surge nos campos.

Há outra explicação não tanto "técnica" para esse fogo fátuo: os habitantes do interior, antigamente, e também os índios, quando viajavam à noite, conduziam um tição que, para ir iluminando o caminho, iam sacudindo-no para que continuasse aceso, o que lhe dava a aparência de uma cobra-de-fogo noturna. Daí a palavra cobra-de-fogo, que se pronuncia mboi-tatá, mas não tem nada a ver com boi, e sim com cobra, de mbóy, cobra e de tatá, fogo. Há quem entenda que não decorre de "cobra", mas de mbaé, coisa.

O Padre Anchieta relatou-os como fantasmas "que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios e são chamados Baetatá", que quer dizer coisa-fogo.

É como "um facho cintilante", que acomete rapidamente os índios e os mata. Mas, além dos rios e do mar, é também bastante conhecido no interior, sobretudo nas campanhas do Rio Grande do Sul, atemorizando os gaúchos, que acreditam que ele é atraído pelo ferro e que, por isso, uma forma de combatê-lo é desatar o laço dos tentos e arrastá-lo pela presilha. O Boitatá é atraído pela argola arrastada e deixa de embaraçar o cavaleiro.

Diz-se que a forma "boitatá", cobra-fogo, é a mais correta, a mais coerente. Mas, tendo em vista a afirmação do Padre Anchieta, parece-nos que existam as duas formas.

Lenda da criação do Mar









Em remotas eras existiu um poderoso chefe chamado Yaia cujo
filho falecera. O desventurado pai resolveu , então , dar-lhe uma
sepultura diferente das em uso. Mandou vir uma gigantesca abóbora
(jerimu) , e nela imolou o seu filho estremecido, cercando-o de, todos
os rituais e usos do costume. A noite caiu como um véu fúnebre.
No dia seguinte o saudoso pai foi visitar o túmulo do filho. Ficou assombrado
com o que viu. Da sepultura do ente amado , um volumoso caudal brotara
e nas águas borbulhantes nadavam enormes peixes.As águas com violência
se alastravam , inundando a terra. Os homens para se salvarem foram
obrigados a subir as árvores.
Foi assim que o mar nasceu.
(Lenda indígena )

Orquídeas

















22 de junho é dia de homenagear aquelas pessoas que cultivam essas belas flores.

No Brasil, os primeiros "cultivadores" de orquídeas foram as tribos indígenas.

Gostavam tanto da plantinha que faziam rituais com orquídeas e acreditavam em poderes mágicos e medicinais.

Além, é claro, de fazer uso da flor para cosméticos e enfeites.

domingo, 12 de julho de 2009

Glossário Indígena


 

A


* Aaru: espécie de bolo preparado com um tatu moqueado, triturado em pilão e misturado com farinha de mandioca.
* Abá (avá - auá - ava - aba): homem, gente, pessoa, ser humano, índio.
* Ababá: tribo indígena tupi-guarani que habitava as cabeceiras do rio Corumbiara (MT).
* Abacataia: peixe de água salgada, parecido com o peixe-galo.
* Abaçaí: perseguidor de índios, espírito maligno que perseguia e enlouquecia os índios.
* Abaetê: pessoa boa, pessoa de palavra, pessoa honrada.
* Abaetetuba: lugar cheio de gente boa.
* Abaité: gente ruim, repulsiva, estranha.
* Abanheém: (awañene) língua de gente, a língua que as pessoas falam.
* Abaquar: senhor (chefe) do vôo, homem que voa.
* Abaré: (aba - ré - rê - abaruna)amigo.
* Abaruna: (abuna)amigo de roupa preta, padre de batina preta.
* Abati: milho, cabelos dourados, louro.
* Acag: cabeça.
* Acará: (acaraú) garça, ave branca.
* Acaraú: acaraí, acará, rio das garças. Diz-se que a grafia com a letra u, com o som de iy).
* Acemira: acir, o que faz doer, o que é doloroso (moacir).
* Açu: (iguaçu, paraguaçu) grande, considerável, comprido, longo.
* Aguapé (tupi): (awa'pé) redondo e chato, como a vitória-régia, plantas que flutuam em águas calmas.
* Aimará: túnica de algodão e plumas, usada pelos guaranis.
* Aimirim: aimiri, formiguinha.
* Airequecê: lua.
* Airumã: estrela-d'alva.
* Aisó: formosa.
* Aiyra: filha.
* Ajubá: (itajubá) amarelo.
* Akitãi: (irakitã - muirakitã) baixo, baixa estatura.
* Amana: (amanda) chuva.
* Amanaci: (amanacy) a mãe da chuva.
* Amanaiara: a senhora da chuva ou o senhor da chuva.
* Amanajé: mensageiro.
* Amanara: dia chuvoso.
* Amanda: amana, chuva.
* Amandy: dia de chuva.
* Amapá: (ama'pá) árvore de madeira útil, e cuja casca, amarga, exsuda látex medicinal.
* Amerê: fumaça.
* Ami: aranha que não tece teia.
* Anauê: salve, olá.
* Andira: o senhor dos agouros tristes.
* Andirá: morcego.
* Anhangüera: diabo velho.
* Anomatí: além, distante.
* Antã (atã): forte.
* Anacê: parente.
* Anajé: gavião de rapina.
* Aondê: coruja.
* Ape'kü: (apicum) mangue, brejo de água salgada.
* Apoena: aquele que enxerga longe.
* Apuama: veloz, que tem correnteza.
* Aquitã: curto.
* Aracê: aurora, o nascer do dia.
* Aracema: bando de papagaios (periquitos, jandaias, araras).
* Aracy: a mãe do dia, a fonte do dia, a origem dos pássaros.
* Aram: sol.
* Arani: tempo furioso.
* Arapuã: abelha redonda.
* Arapuca: armadilha para aves.
* Araxá: lugar alto onde primeiro se avista o sol.
* Auá: (avá, abá) homem, mulher, gente, índio.
* Avaré: (awa'ré, abaré) amigo, missionário, catequista.
* Avati: gente loura (abati, auati).
* Awañene: (abanheém) língua de gente, a língua que as pessoas falam.
* Ayty: ninho (parati).

B

* Babaquara: tolo, aquele que não sabe de nada.
* Bapo: chocalho usado em solenidades.
* Baquara: sabedor de coisas, esperto.
* Biboca: moradia humilde.

C


* Caá: kaá, mato, folha.
* Caapuã: aquele ou aquilo que mora (vive) no mato.
* Caboclo: (kariboka) procedente do branco, mestiço de branco com índio (cariboca, carijó, caburé, tapuio).
* Caburé (tupi): kaburé, caboclo, caipira.
* Canoa: embarcação a remo, esculpida no tronco de uma árvore; uma das primeiras palavras indígenas registradas pelos descobridores espanhóis.
* Capenga: pessoa coxa, manca.
* Cari: o homem branco, a raça branca.
* Carió: procedente do branco, caboclo, antiga denominação da tribo indígena guarani, habitante da região situada entre a lagoa dos Patos (RS) e Cananéia (SP), (carijó).
* Carioca: kari'oka, casa do branco.
* Cuica: ku'ika,espécie de rato grande com o rabo muito comprido.
* Curumim: menino (kurumí).

D

* Damacuri: tribo indígena da Amazônia.
* Deni: tribo indígena aruaque(aruake), que vive pelos igarapés do vale do rio Cunhuã, entre as desembocaduras dos rios Xiruã e Pauini, Amazônia. Somam cerca de 300 pessoas, e os primeiros contatos com a sociedade nacional ocorreram na década de 60.

E

* Eçaí: olho pequeno.
* Eçaraia: o esquecimento.
* Etê: bom, honrado, sincero.

F

* Não há vocábulos.

G


* Galibi: tribo indígena da margem esquerda do alto rio Uaçá, Amapá.
* Geribá: nome de um coqueiro.
* Goitacá: nômade, errante, aquele que não se fixa em nenhum lugar.
* Guará (1): iguara, ave das águas, pássaro branco de mangues e estuários.
* Guará (2): aguará, aguaraçu, mamífero (lobo) dos cerrados e pampas (açu).
* Guarani (1): raça indígena do interior da América do Sul tropical, habitante desde o Centro Oeste brasileiro até o norte da Argentina, pertencente à grande nação tupi-guarani.
* Guarani (2): grupo lingüístico pertencente ao grande ramo tupi-guarani, porém mais característico dos indígenas do centro da América do Sul.
* Guaratinguetá: reunião de pássaros brancos.
* Guariní: guerreiro, lutador.

I

* I: água, pequeno, fino, delgado, magro.
* Iaé (kamaiurá): lua.
* Iandé: a constelação Orion.
* Iandê: você.
* Iba: (iwa, iua, iva) ruim, feio, imprestável (paraíba).
* Ibi: terra.
* Ibitinga: terra branca (tinga).
* Ig: água.
* Iguaçu: água grande, lago grande, rio grande.
* Ipanema: lugar fedorento.
* Ipiranga: rio vermelho.
* Ira: mel (iracema, irapuã).
* Iracema: lábios de mel (ira, tembé, iratembé).
* Irapuã: mel redondo (ira, puã).
* Ita: pedra (itaúna).
* Itajubá: pedra amarela (ita, ajubá).
* Itatiba: muita pedra, abundância de pedras (tiba).
* Itaúna: pedra preta (ita, una).
* Ité: ruim, repulsivo, feio, repelente, estranho (abaité).
* Iu: (yu, ju) espinho, (jurumbeba).

J


* Jabaquara: rio do senhor do vôo (iabaquara, abequar).
* Jacamim: ave ou gênio, pai de muitas estrelas (yacamim).
* Jaçanã: ave que possui as patas sob a forma de nadadeiras, como os patos.
* Jacaúna: indivíduo de peito negro.
* Jacu: (yaku) uma das espécies de aves vegetarianas silvestres, semelhantes às galinhas, perus, faisões.
* Jacuí: jacu pequeno.
* Jaguar: yawara, cão, lobo, (guará).
* Juçara: palmeira fina e alta com um miolo branco, do qual se extrai o palmito.
* Jurubatiba: lugar cheio de plantas espinhosas (ju - ru - uba -tiba).
* Jurubeba: planta espinhosa e fruta tida como medicinal.
* Jururu: de aruru, que significa triste.

K

* Kaapora: aquilo ou quem vive no mato, (caapora, caipora).
* Kamby: leite, líquido do seio.

L

* Laurare (karajá): marimbondo.
* Lauré (pauetê-nanbiquara): arara vermelha.

M

* Manau: tribo do ramo aruaque(aruake) que habitava a região do rio Negro.
* Manauara: natural de, residente em, ou relativo a Manaus (capital do estado do Amazonas).
* Mairá: uma das espécies de mandioca.
* Maní: deusa da mandioca, amendoim (maniva).
* Manioca: mandioca (a deusa Maní, enterrada na própria oca, gerou a raiz alimentícia).
* Mandioca: aipim, macaxeira, raiz que é principal alimento dos índios brasileiros.
* Maracá: mbaraká, chocalho usado em solenidades.
* Massau: uma das espécies de macaco, pequeno e de rabo comprido, (sagüi).
* Membira: filho ou filha.
* Motirõ: mutirão, reunião para fins de colheita ou construção.

N

* Nanbiquara: fala inteligente, de gente esperta.
* Nhe: nhan, falar, fala, língua.
* Nhenhenhém: nheë nheë ñeñë, falação, falar muito, tagarelice.

O

* Oapixana: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco, Roraima, nas fronteiras com a Guiana.
* Oca: cabana ou palhoça, casa de índio ( ocara, manioca).
* Ocara: praça ou centro de taba, terreiro da aldeia.
* Ocaruçu: praça grande, aumentativo de ocara.

P


* Pará (1): rio.
* Pará (2): prefixo utilizado no nome de diversas plantas.
* Paracanã: tribo indígena encontrada durante a construçao hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, Para.
* Paraíba (1): paraiwa, rio ruim, rio que não se presta à navegação.
* Paraibuna: rio escuro e que não serve para navegar.
* Paraná: mar.
* Pauá (tupi): (pawa, pava) tudo, muito, no sentido de grande extensão.
* Peba: branco,branca (tinga, peva, peua).
* Pereba: pequena ferida.
* Pernambuco: mar com fendas, recifes.
* Piauí: Rio de piaus (tipo de peixe).
* Pindaíba: anzol ruim, quando não se consegue pescar nada.
* Poti: camarão.
* Potiguar: pitiguar, potiguara, pitaguar, indígena da região nordeste do Brasil.
* Puã: redondo (irapuã).
* Puca: armadilha (arapuca, puçá).
* Puçá: armadilha para peixes.

Q

* Quecé: faca velha.
* Quibaana: tribo da região Norte.

R

* Raira: filho (membira).
* Ré: amigo (geralmente usado como sufixo: abaré, araré, avaré).
* Rudá: deus do amor, para o qual as índias cantavam uma oração ao anoitecer.
* Ru: folha (jurubeba).

S

* Sapiranga: olhos vermelhos, (çá: olhos, piranga: vermelhos).
* Sauá: uma das espécies de macaco.
* Sergipe: rio do siri.
* Surui: tribo do parque do Aripuanã, Rondônia.

T


* Tapuia: designação antiga dada pelos tupis aos gentios inimigos, índio bravio.
* Tembé: lábios (Iracema, iratembé).
* Tiba: (tiwa, tiua, tuba) abundância, cheio.
* Tijuca: lama, charco, pântano, atoleiro.
* Tinga: branco, branca.
* Tiririca: arrastando-se, alastrando-se, erva daninha que se alastra com rapidez.
* Tocantins: bico de tucano.
* Tupi (1): povo indígena que habita(va) o Norte e o Centro do Brasil, até o rio Amazonas e até o litoral.
* Tupi (2): um dos principais troncos lingüísticos da América do Sul, pertencente à família tupi-guarani.
* Tupi-guarani: um das quatro grandes famílias lingüísticas da América do Sul tropical e equatorial.

U

* Uaçá: caranguejo.
* Uaná: vagalume (urissanê).
* Ubá: canoa (geralmente feita de uma só peça de madeira).

V

* Vapidiana: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco, Roraima.

W

* Wapixana: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco, Roraima.

X

* Xaperu: tribo da região Norte.
* Xará: (X-rer-á) tirado do meu nome.
* Xavante: tribo indígena pertencente à família lingüística jê. Ocupa extensa área, limitada pelos rios Culuene e das Mortes, Mato Grosso.
* Xoclengue: tribo caingangue do Paraná (rio Ivaí).

Y

* Yacamim: ave ou gênio, pai de muitas estrelas (jaçamim).
* Yamí: noite.
* Yapira: mel (japira).
* Yara: deusa das águas, lenda da mulher que mora no fundo dos rios.
* Yasaí: açaí, fruta que chora.
* Yawara (tupi): jaguar, cão, cachorro, lobo, gato, onça.

Z

* Não há vocábulos.

Fonte: Fernando AP Silva

Coruja





















Na tradição Guarani, o Grande Espírito, Pai-Mãe Criador, Ñamandu, manifestou-se na forma de um colibri e também na forma de uma coruja, criando a sabedoria.

quinta-feira, 9 de julho de 2009






















"Ira
Iara
Irá
Irerê
Sobre as águas
Deusa, lenda e mulher.
Virá numa noite de lua
Meu sonho
Outra lenda
Boto Cor-de-rosa virou."

(Desconheço o autor)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Mães






















Na língua tupi existem váris nomes que especificam as qualidades maternas: Yacy, a Mãe Lua; Amanacy, a mãe da chuva; Aracy, a mãe do dia, a origem dos pássaros; Iracy, a mãe do mel; Yara, a mãe da água; Yacyara, a mãe do luar; Yaucacy, a mãe do céu; Acima Ci, a mãe dos peixes; Ceiuci, a mãe das estrelas; Amanayara, a senhora da chuva; Itaycy, mãe do rio da pedra, e tantas outras mães – do frio e do calor, do fogo e do ouro, do mato, do mangue e da praia, das canções e do silêncio.

As tribos indígenas conheciam e honravam todas as mães e acreditavam que elas geravam seus filhos sozinhas, sem a necessidade do elemento masculino, atribuindo-lhes a virgindade - o que também em outras culturas simbolizava sua independência e auto-suficiência. Em alguns mitos e lendas, as virgens eram fecundadas por energias luminosas em forma de animais (serpente, pássaro, boto), forças da natureza (chuva, vento, raios), seres ancestrais ou divindades.

domingo, 28 de junho de 2009

Filtro dos Sonhos:

Criado pelos índios que acreditavam que os sonhos são mensagens de espíritos sagrados.

Segundo a lenda, o filtro permite que os bons sonhos atravessem o círculo central
da teia e que sejam retidos, desaparecendo com os primeiros raios do sol da manhã.


É usado contra os espíritos que perturbam o sono. "No topo da montanha, o grande espírito surgiu em forma de aranha para o velho índio que segurava um aro nas mãos... começou a falar sobre os ciclos da vida e da morte, das boas e más forças que agem sobre nós nestas fases... No centro está o círculo representando a vida... a teia suspensa se move livre pegando os sonhos e visões que estão no ar: eles vem do espírito que ocupa o ar da noite. Os bons descem pelas penas até alcançar quem está dormindo, abençoando com sonhos agradáveis. Já os sonhos ruins ficam presos na teia, sumindo com o nascer do sol..."



sexta-feira, 29 de maio de 2009

Beija-flores
































Para os índios caraíbas, eles eram os "colibris", que significa "área resplandecente";

Os tupis os batizaram de "guainumbis", ou seja, "pássaros cintilantes";

Já para os índios guaranis, os beija-flores eram os "mainumbis", isto é, "aqueles que encantam, junto à flor, com sua luz e esplendor".

Velha índia Cree, chamada Olhos de Fogo, sobre o futuro do planeta:























"Um dia a terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos nas correntezas dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco -Íris."

Petúnia



















Também conhecida como papo de anjo , é encontrada nas cores branca, rósea, vermelha, violeta e roxa, podendo ser bicolor, estriada, marmórea, simples ou dobrada , com suave aroma.
Petúnia significa "flor vermelha" na lígua dos índios Tupi. É originária de locais tropicais e sub-tropicais da América do Sul.
Os guaranis, que habitavam o sul do Brasil, usavam as palavras petum, pite ou pety para designar o tabaco (Nicotiana) , planta muito semelhante em aparência à petúnia.
Tanto o tabaco como a petúnia eram utilizados da mesma maneira para o preparo do fumo, que os indígenas usavam nos seus cachimbos ou pitos.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pimentas






















O cultivo de pimentas era uma característica de tribos indígenas brasileiras quando do descobrimento do Brasil. Com a imensa variabilidade de pimentas nativas, certamente pode-se supor que diversas tribos cultivavam e colhiam pimentas; e o plantio de pimenta por tribos indígenas continua até hoje, como entre os índios mundurucus, da bacia do rio Tapajós.


 
“As pimentas eram tão necessariamente indispensáveis para os nativos quanto o sal para os brancos.”
Alexander Humboldt

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A lenda do pequi




















Tainá-racan tinha os olhos cor de noite estrelada. Seus cabelos desciam pelas espáduas com um tufo de seda negra e luzidia. O andar era elegante, cadenciado, macio como o de uma deusa passeando, flor entre flores, no seio da mata. Maluá botou os olhos em Tainá-racan e o coração saltou, louco e fogoso, no peito do jovem e formoso guerreiro. "Ela é mesmo linda como a estrela da manhã. Quero-a para minha esposa. Hei de amá-la enquanto durar a minha vida!"

Doce foi o encontro e, juntos e casados, a vida dos dois era bela e alegre com o ipê florido. De madrugada, Maulá saía para a caça e para a pesca, enquanto a esposa tecia os colares, as esteiras, moqueava o peixe, preparando o calugi para ofertar ao amado, quando ele chegasse com o cesto às costas, carregado de peixe e frutas, as mais viçosas, para oferecer-lhe.

O tempo foi passando, passando. No enlevo do amor, eles não perceberam quantas vezes a lua viajou pela arcada azul do céu, quantas vezes o sol veio e se escondeu na sua casa do horizonte. Floriram os ipês. Caíram as flores. Amareleceram as folhas, que o vento levava em loucas revoadas pelos campos. Os vermelhos cajus arcavam de fartura e beleza os galhos dos cajueiros. As castanhas escondiam-se no seio da terra boa. Rebentavam-se em brotos, e novos cajueiros despontavam. As cigarras enchiam as matas com sua forte sinfonia e sua vida evolava-se, aos poucos, em cada nota de seu canto. Nascimentos, mortes, transformações e os dias andando, andando.

Após três anos de casamento, numa noite bonita, em que o rio era um calmo dorso de prata à luz do luar e os bichos noturnos cantavam fundas tristezas e medos, Maluá encostou a cabeça no peito de Tainá-racan e apertou-a com ternura. No olhar de ambos, há muito, havia uma sombra. Nenhum deles tinha a coragem de falar. Uma palavra de mágoa, temiam, poderia quebrar o encanto de seu amor. A beleza da noite estremecia o coração sensível de Tainá-racan. Ela ajuntou a alma dos lábios e perguntou com voz trêmula, em sussurro:

-Estás triste, amado meu? Nem é preciso que respondas. Há tempo vejo uma sombra nos teus olhos.

-Sim, respondeu o valente guerreiro. Tu sabes que eu estou triste e tu também estás. A dor é a mesma.

-Onde está nosso filho que Cananxiué não quer mandar?

-Sim, onde está nosso filho?...

Maluá alisou com carinho o ventre da formosa esposa. "E o nosso filho não vem", murmurou. Dois pequeninos rios de lágrimas deslizaram pelas faces coradas de Tainá-racan. Um vento forte perpassou pela floresta. Uma nuvem escura cobriu a lua, que não mais tornava de prata as águas mansas do rio. Trovões reboaram ao longe. Maluá envolveu Tainá-racan nos braços e amou-a. "Nosso filho virá, sim. Cananxiué no-lo mandará".

Quando os ipês voltaram a florir, no ano seguinte, numa madrugada alegre, nasceu Uadi, o Arco-Íris. Era lindo, gordinho, tinha os olhos cor de noite estrelada como os da mãe e era forte como o pai. Mas, havia nele algo diferente, algo que espantou o pai, a mãe, a tribo inteira: Uadi tinha os cabelos dourados como as flores do ipê. Maluá recebeu o nascimento do filho como um presente de Cananxiué. Seu coração, contudo, estremeceu com a singularidade dele. Começou a espalhar pelo tribo a lenda de que o menino era filho de Cananxiué. O menino crescia cheio de encanto, alegria e de uma inteligência incomum. Fascinava a mãe, o pai, a aldeia, a tribo toda. Com rapidez incrível aprendeu o nome das coisas e dos bichos. Sabia cantar as baladas tristes e alegres que a mãe ensinava. Era a alegria e a festa da mãe, do pai, da tribo.

Um dia, Maluá, com outros guerreiros, foi chamado para a luta. Os olhos pretos de Tainá-racan encheram-se de lágrimas. O rostinho vivo de Uadi se ensombreceu. À despedida, seus bracinhos agarram-se ao pescoço do pai e ele falou: "Papai, vou-me embora para a noite, depois, chegarei à casa de Tainá-racan, a mãe, lá no céu". E seu dedinho róseo apontou o horizonte. O corpo de bronze do guerreiro se estremeceu. Seus lábios moveram-se, mas as palavras teimavam em não sair. Ele apertou, com força, o menino nos braços e, por fim, falou: "Que é isso, filhinho, tu não vais para lugar nenhum, nenhum deus te arrancará de mim. A tua casa é a casa de tua mãe, Tainá-racan, aqui na terra, e a de seu pai. Se for preciso, não partirei para a guerra. Ficarei contigo".

Nesse momento, Cananxuié, o senhor de todas as matas, de todos os animais, de todos os montes, de todos os valores, de todas as águas e de todas as flores, desceu do céu sob a forma de Andrerura, a arara vermelha, e gritou um grito forte: "Vim buscar meu filho!" Agarrou-o e levou-o pelos ares. Tainá-racan e Maluá caíram de joelhos. O guerreiro abriu os braços gritando: "O filho é nosso, sua casa é a de sua mãe, Tainá-racan, aqui na terra! Devolve meu filho, a Cananxiué! O grito de Maluá ecoou pela mata, ferindo de dor o silêncio. O peito do guerreiro palpitava de sofrimento como uma montanha ferida pelo terremoto. O velho chefe guerreiro aproximou-se dele, bateu-lhe no ombro e bradou: "Teus companheiros já partem. Maior que tua dor é tua honra de guerreiro e a glória de nossa tribo! Vai, meu filho, Cananxiué buscou o que é dele. Muitos outros filhos ele te dará. Tainá-racan é jovem. Tu és jovem. Vai, guerreiro, não deixa a dor matar sua coragem!"

Maluá partiu. Tainá-racan encostou a fronte na terra, onde pouco antes pisavam os pezinhos encantados de Uadi. Chorou. Chorou. Chorou três dias e três noites. Então, Cananxiué se apiedou dela. Baixou à terra e disse: "Das tuas lágrimas nascerá uma planta que se transformará numa árvore copada. Ela dará flores cheirosas que os veados, as capivaras e os lobos virão comer nas noites de luar. Depois, nascerão frutos. Dentro da casca verde, os frutos serão dourados como os cabelos de Uadi. Mas a semente será cheia de espinhos, como os espinhos da dor de teu coração de mãe. Seu aroma será tão tentador e inesquecível que aquele que provar do fruto e gostar, amá-lo-á para jamais o esquecer. Como também amará a terra que o produziu. Todos os anos, encherei, generosamente, sua copa de frutos, que os galhos se curvarão com a fartura. Ele se espalhará pelos campos, irá para a mesa dos pobres e dos ricos Quem estiver longe e não puder comê-lo sentirá uma saudade doida de seu aroma. Nenhum sabor o substituirá. Ele há de dourar todos os alimentos com que se misturar e, na mesa em que estiver, seu odor predominará sobre todos. Ele há de dourar também os licores, para a alegria da alma".

Tainá-racan ergue o olhar, aquele olhar onde brilhou a primeira estrela da consolação. E perguntou ao deus:

-Como se chamará, Cananxiué, esse fruto, cujo coração são os espinhos de minha dor, cuja cor são os cabelos de ouro de Uadi e cujo aroma é inesquecível como o cheiro dessa mata, onde brinquei com meu filhinho?

-Chamar-se-á Tamauó, pequi, minha filha. Quero ver-te alegre de novo, pois te darei muitos filhos, fortes e sadios como Maluá. E teu marido voltará cheio de glória da batalha, pois muitos séculos se passarão até que nasça um guerreiro tão destemido e tão honrado! Ele comerá deste fruto e gostará dele por toda a vida!"

Tainá-racan sorriu. E o pequizeiro começou a brotar.

Marieta Teles Machado*

domingo, 19 de abril de 2009

Descobrimento do Brasil















A esquadra de Cabral era composta de 13 navios e saiu de Portugal no dia 9 de março de 1500, mas em vez de viajar perto da costa africana, Cabral afastou-se em direção ao Ocidente.

No dia 22 de abril, avistou um monte, que denominou monte Pascoal, e em seguida ancorou numa baía (baia Cabrália). Foi aí que os portugueses tiveram o seu primeiro contato com os índios, com o nosso solo e nossa vegetação.

Os Índios Maranhenses













A formação da cultura maranhense está muito ligada às culturas indígena e negra. Dos índios herdamos, além de traços físicos, hábitos na alimentação, modo de viver, expressões e palavras usadas no dia a dia (ex. "Hen-hem", do tupi "sim"), instrumentos musicais, danças e ritmos, lendas, mitos e alguns elementos presentes na religiosidade popular; na simplicidade da vida, na ternura dos caboclos e no apego à terra. Além disso, o estado conta com uma das maiores populações indígenas do país e a maior parte de suas reservas homologadas.

Os indígenas maranhenses compõe-se de dois grupos:

TUPI - Guajajara(tenetehára), Guajá(awá) e Kaapor.

TIMBIRA (JÊ) - Krikati, Gavião do Maranhão(Pukobiê e Pykopjê) e Canela

* informação extraída do site do Instituto Socioambiental

Primeiros habitantes do Brasil

















Os índios foram os primeiros habitantes do Brasil.Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis, macro-jê ou tapuias, aruaques e caraíbas.


Filtro-dos- sonhos Indígena























Filtra as negatividades do local...é mágico...muito utilizado pela cultura indígena para afugentar energias nocivas!



sábado, 18 de abril de 2009

A lenda da Vitória Régia





















Conta a lenda, que uma jovem índia da tribo Tupi-Guarani, chamada Naiá, queria muito ser estrela. Ela acreditava que a lua escolhia as moças mais bonitas para serem transformadas em estrelas, e para isso, procurava alcançar a lua, escalando colinas e mais colinas, sem contudo poder alcança-la.

Uma noite, vendo a lua refletida nas águas de um lago, atirou-se nele para nunca mais voltar. A lua, condoída da jovem índia, transformou seu corpo numa formosa planta que é a exótica Vitória Régia ( estrela das águas) , cujo perfume recorda os longos cabelos da bela índia.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Dança da chuva

























Indiozinho veio ao mundo
entre penas e cocares
sob um céu cheio de estrelas
vai crescer cheio de vida
vai pescar para comer
vai cantar porque é preciso
Vai fazer dança da chuva
pra poder sobreviver
vai sonhar na sua rede
vai tomar banho no rio
vai dançar para chover.

Nana Pereira


Índio

Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante...

Caetano Veloso




Vídeo

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Índio






















Sobre os seixos dos rios
Correm águas sagradas.
Segredos de adubo
Ressurgem no terrário
Passado de areia
Profecia de floresta
Irreversível deserto.

O índio brasileiro
Tange o tacape no tronco
Toco-oco no solo.

Teclem sobre telas
Salvem a seiva dos eucaliptos
Libertem o lápis
Lapsos de verde na mata.
Ouçam a voz do Xamã
Nas flores que o vento traz.
As últimas folhas de papel se soltam do céu.

O índio canta no rio
E a terra se abre,
O vento sagra-lhe o cocar
E o sol acende sua coroa
O grito de luta, ecoa...


de Alex Júnior Ramos Pires

Tributo aos índios
























Sob a copa frondosa do jatobá, no oco do tronco,
Abelhinhas fabricam mel medicinal.
A árvore e as abelhas médicas
Foram denominadas de “jatahy”
Pelos antigos índios tupis-guaranis.
Escrevo do próspero sudoeste goiano, de Jataí,
Da qual, dentre outras, emanciparam-se
Itarumã, Itajá, Aporé, Serranópolis.
Esta última, inicialmente chamava-se “Nuputira”,
Guarda cemitérios arqueológicos dos primeiros índios brasileiros,
Com datação de onze mil anos.
Índio mesmo, mestiçagem ou descendência,
Não restou nenhum ou nenhuma, nesta região.
Ficaram os nomes das cidades,
Dos rios, do relevo, da flora, da fauna.
Nós, brancos, negros ou mestiços,
Descendentes dos pioneiros, dos que vieram depois,
Dos que continuam chegando e dos que ainda nascerão,
Buscando ou sonhando com uma vida melhor,
O que deixaremos?


de Antônio Vilela Pereira

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Piadinha

Chegando em Porto Seguro, Pedro Álvares Cabral foi ter uma conversa com um índio:
- Ora, pois... Nativo desta terra tão bela...
Como se chamas?
- Índio chamar Bah! - respondeu ele, rispidamente.
- Bah? - perguntou o português, surpreso. - Tudo bem, tudo bem! Preciso de um favor seu, senhor Bah!
- Bigodudo falar, Bah escutar...
- A vela do meu barco apagou! Sabe como é, venta muito por aqui...
Preciso que você vá nadando até aquele outro navio e avise os meus companheiros que descobrimos uma nova terra!
- O que Bah ganhar com isso?
- Como homenagem a vossa senhoria e para que todos se lembrem que Bah foi até o outro lado da praia para oficializar esta descoberta, esta terra se chamará Bahfoi!
- Ah, não, Bah não querer ir... Bah ter muita preguiça... Melhor o senhor chamar a terra de Bahia!


Meteorologia indígena

Os índios perguntaram ao seu chefe no outono se o inverno seria rigoroso ou não.
Sem saber realmente a resposta, o chefe responde que o inverno será frio e que os membros da tribo deveriam juntar lenha para se prevenir.
Como ele era um bom líder, foi a um posto telefônico, ligou para o serviço de meteorologia e perguntou se o inverno seria ameno ou frio. A pessoa do outro lado respondeu :
- O inverno este ano será bem frio.
O chefe então voltou para sua tribo e orientou-lhes que coletassem mais lenha, só para prevenir.
Uma semana depois, o chefe liga novamente para o serviço de meteorologia:
- O inverno vai ser muito frio? - pergunta.
- Sim, vai ser muito frio. - responde o atendente.
Preocupado, o chefe mais uma vez volta para a tribo e manda coletar ainda mais lenha, e rápido.
Mais uma semana se passa e o chefe liga novamente para o serviço de meteorologia:
- Você tem certeza de que o inverno vai ser mesmo muito frio? - pergunta.
E o atendente responde:
- Com certeza, os índios estão juntando lenha feito uns loucos!!


Os Diamantes
























Segundo a lenda, um casal de índios vivia, juntamente com sua tribo, à beira de um rio da região Centro-Oeste. Ele, um guerreiro poderoso e valente, chamava-se Itagibá, que significa "braço forte". Ela, uma jovem e bela moça, tinha o nome de Potira, que quer dizer "flor". Viviam os dois muito felizes, quando sua tribo foi atacada por outros selvagens da vizinhança. Começou a guerra e Itagibá teve que acompanhar os outros guerreiros que iam lutar contra o inimigo. Quando se despediram, Potira não deixou cair uma só lágrima, mas seguiu, com o olhar muito triste, o marido que se afastava em sua canoa que descia o rio. Todos os dias, Potira, com muita saudade, ia para a margem do rio, esperar o esposo. Passou-se muito tempo. Quando os guerreiros da tribo regressaram à sua taba, Itagibá não estava entre eles. Potira soube, então, que seu marido morreu lutando bravamente. Ao receber essa notícia, a jovem índia chorou muito. E passou o resto da vida a chorar. Tupã, o deus dos indíos, ficou com dó e transformou as lágrimas de Potira em diamantes, que se misturaram com a areia do rio. É por isso, dizem, que os diamantes são encontrados entre os cascalhos e areias do rio. Os diamantes são as lágrimas de saudade e de amor da índia Potira.

Lenda do Muiraquitã





















Conta a lenda que antigamente havia uma tribo de mulheres guerreiras, as ICAMIABAS, que não tinham marido e não deixavam ninguém se aproximar de sua taba. Manejavam o arco e a flecha com uma perícia extraordinária. Parece que Iací , a lua, as protegia. Uma vez por ano recebiam em sua taba os guerreiros Guacaris, como se fossem seus maridos.

Se nascesse uma criança masculina era entregue aos guerreiros para criá-los, se fosse uma menina ficavam com ela. Naquele dia especial, pouco antes da meia - noite, quando a lua estava quase a pino, dirigiam-se em procissão para o lago, levando nos ombros potes cheios de perfumes que derramavam na água para o banho purificador. À meia- noite mergulhavam no lago e traziam um barro verde, dando formas variadas: de sapo, peixe, tartaruga e outros animais. Mas é a forma de sapo a mais representada por ser a mais original. Elas davam aos Guacaris, que traziam pendurados em seu pescoço, enfiados numa trança de cabelos das noivas, como um amuleto. Até hoje acredita-se que o Muiraquitã traz felicidades a quem o possui, sendo, portanto, considerado como um amuleto de sorte. O muiraquitã deu muito o que falar e gerou muitas controvérsias. Foi contestada inclusive sua origem, que não seria amazônica e sim asiática.

Icamiabas significa "mulheres sem maridos".

Fonte: Escola Vesper (Estudo Orientado)

Mavutsin - o primeiro homem















O primeiro homem (kamaiurá). No começo só havia Mavutsinim. Ninguém vivia com ele. Não tinha mulher. Não tinha filho, nenhum parente ele tinha. Era só. Um dia ele fez uma concha virar mulher e casou com ela. Quando o filho nasceu, perguntou para a esposa: É homem ou mulher? é homem. Vou levar ele comigo. E foi embora. A mãe do menino chorou e voltou para a aldeia dela, a lagoa, onde virou concha outra vez. - Nós - dizem os índios - somos netos do filho de Mavutsinim.

Mumuru – a estrela dos lagos













Maraí, uma jovem e bela índia, muito amava a natureza. À noite, ficava a contemplar a chegada da Lua e das estrelas. Nasceu-lhe, então, um forte desejo de tornar-se uma estrela. Perguntou ao pai como surgiam aqueles pontinhos brilhantes no céu e, com grande alegria, veio a saber que Jacy, a Lua, ouvia os desejos das moças e, ao se esconder atrás das montanhas, transformava-as em estrelas. Muitos dias se passaram sem que a jovem realizasse seu sonho. Resolveu então aguardar a chegada da Lua junto aos peixes do lago. Assim que esta apareceu, Maraí encantou-se com sua imagem refletida na água, sendo atraída para dentro do lago, de onde não mais voltou. A pedido dos peixes, pássaros e outros animais, Maraí não foi levada para o céu. Jacy transformou-a numa bela planta, ganhando o nome de Mumuru, a vitória-régia.



Os olhos de Aguiry




















"Aguiry era um alegre indiozinho, que alimentava-se somente de frutas. Todos os dias saía pela floresta à procura delas, trazendo-as num cesto para distribuí-Ias entre seus amigos. Certo dia, Aguiry perdeu-se na mata por afastar-se demais da aldeia. Jurupari, o demônio das trevas, vagava pela floresta. Tinha corpo de morcego, bico de coruja e também alimentava-se de frutas. Ao encontrar o índio ao lado do cesto, não hesitou em atacá-lo. Os índios encontram-no morto ao lado do cesto vazio. Tupã, o Deus do Bem, ordenou que retirassem os olhos da criança e os plantassem sob uma grande árvore seca. Seus amigos deveriam regar o local com lágrimas, até que ali brotasse uma nova planta, da qual nasceria o fruto que conteria a essência de todos os outros, deixando mais fortes e mais felizes aqueles que dele comessem. A planta que brotou dos olhos de Aguiry possui as sementes em forma de olhos, recebendo o nome de guaraná."

Fonte: Adaptação do livro: "Lendas e Mitos dos Índios Brasileiros", FTD Editora - Waldemar de Andrade e Silva.

Boa memória

Havia um índio no Xingu que era famoso por sua incrível memória. Um turista foi lá pra conferir. Chegou para o índio e perguntou:
- O que você comeu no café da manhã de 12 de dezembro de 1956?
- Ovos.
Como só era permitida uma pergunta por pessoa, o turista saiu meio desconfiado. 20 anos depois, esse mesmo turista, andando pelo Xingu encontra o mesmo índio sentado na rua. Surpreso, ele diz:
- Mas como??
- Fritos.

Indiozinho





Indiozinho nu na mata
Arco e flecha em sua mão
Foi caçar seu alimento
Indiozinho brincalhão

Indiozinho tão valente
Foi na vida se embrenhar
Curioso esse menino
Indiozinho a brincar

Indiozinho ficou triste
Quando viu tudo queimado
Sua tribo sentiu fome
Vi um Índio desolado.


de Narcelio Lima de Assis

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O João de barro























Uma lenda indígena, brasileira, conta-nos a estória do João de Barro. Antes de se transformar em pássaro, João de Barro era um jovem muito bonito, que se apaixonou pela filha de um pai bastante severo. Por ser assim, ele exigia duras provas daqueles que disputavam a mão de sua filha. O jovem Jaebé, foi um desses que tiveram que provar a ferro e fogo o amor pela donzela. Como prova de amor o pai da moça exigiu que Jaebé fosse enrolado num pesado couro de anta e que permanecesse nove dias sem comida ou bebida. Agindo assim, ele se livraria definitivamente do pretendente. Acontece que Jaebé, se submeteu sem reclamar àquele sepultamento. Sua pretendente, que também se apaixonara pelo jovem, ao ver sua coragem, rezava por ele sem cessar. E foi assim que, no último dia, todos tiveram grande surpresa. Ao abrir o couro que servia de sarcófago, de seu interior saiu um lindo pássaro de olhos vivos com penagem brilhante e perfumada. Sua namorada ao ver aquilo também se transformou em pássaro e ambos fugiram para a floresta. O João de Barro, até hoje dá provas de seu amor infinito quando constrói para sua amada uma casinha com esmero e dedicação.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Os 12 signos do Horóscopo Indígena Brasileiro

Nascido de 01 a 31 de janeiro

VEADO - Eu sou a força da natureza que defende a perpetuação da vida animal no planeta. Vi a queda a Atlântida e me revoltei com a maldade humana. Estou pronto para fazer justiça e defender os desprotegidos e indefesos. Carrego na boca a palavra da Justiça. Observo as leis da natureza e cautelosamente empurro a roda do destino em busca da evolução da alma. Assim, desfio o novelo do meu karma nesta presente vida.





Nascido de 01 a 28 de fevereiro

MACACO - Eu sou a força da natureza que estabelece a superioridade das faculdades espirituais sobre os instintos do corpo físico. Minha vida é buscar uma meta mais elevada, da mesma forma como o macaco Hanuma perseguiu o diabo Rávina a fim de libertar a Princesa Sita, esposa de Rama. Minha vida é definir um alvo e caminhar para chegar até ele. Devoção, coragem, força e fidelidade são meu lema.





Nascido de 01 a 31 de março

BOTO - Eu sou o veículo da transformação. O filho do pagé Tamandaré foi pescar na beira do rio e eu o engoli. Depois de três dias Tamandaré me caçou no rio e rasgou minha barriga, mas quando tirou seu filho de lá ele se transformou na ave Tincoã. Eu defendo os animais aquáticos e sou super energético, dinâmico. As vezes afundo, mas volto à tona!





Nascido de 01 a 30 de abril

COBRA - Não gosto de fogo na floresta, por isso me insurjo das queimadas e minha presença forte queima por dentro os meus inimigos. Gosto da paz, sou meigo e benevolente, mas tenho um gênio queimadiço. Minha característica principal é não gostar de falações, principalmente quando ameaçam minha paz. Então me torno um inimigo bravo!






Nascido de 01 a 31 de maio

DUENDE - Eu sou consciente dos meus poderes e não deixo de pegar os meus adversários nas armadilhas que coloco no seu caminho. As vezes uma folha não significa nada para uma pessoa, mas eu brigo por ela e para mim significa muito. Mas luto sem perder a esportiva. Quando pensam que já fui, estou de volta; e quando estou, já fui!






Nascido de 01 a 30 de junho

MAGO - Tenho a sabedoria hermética. Eu desvendo os mistérios da vida. Vou moldando a minha encarnação no silêncio da meditação e nutro os outros com minhas palavras férteis e fatais. Minhas visões são reais. Meu olhar busca o invisível. Silencioso e despercebido, eu avanço na evolução e abro as portas da Ciência com minha insistente busca do que me está reservado pela vida.





Nascido de 01 a 31 de julho

DEUSA - Eu sou uma força presente. Onde estou as coisas acontecem sob a minha influência. Minha energia se espalha e vai dominando o meio ambiente. Posso não ter fidelidade aos que me acompanham. Mas normalmente tenho fidelidade ao meu ideal de busca. Não abandono na estrada os que me foram fiéis. Confio no meu poder e na minha sedução.




Nascido de 01 a 31 de agosto

BRUXA - Eu sou especial por natureza. Tenho o dom da simpatia. A fortuna me sorri. Ser útil e saber ouvir é o meu caminho. Todas as coisas se revigoram na generosidade do meu amor. Eu busco a beleza em tudo quanto existe. Alguma força me liga com o céu. O poder da minha magia está na minha capacidade de pensar e sentir o invisível. Tenho certeza que posso criar e mudar os destinos.




Nascido de 01 a 30 de setembro

SEREIA - Eu sei que venho do céu. Desci da lua atraída pelas águas. Sou seduzida pela energia. Busco aromas que inebriem meu ser. Adoro viajar na luz e mergulhar no magnetismo do amor. Meu brilho é admirado pela sua originalidade. Sou uma fonte de prazer. Zelo pela minha encarnação e vejo com puro romantismo todas as fases da minha existência.





Nascido de 01 a 31 de outubro

FADA - Eu sou a busca dos meus próprios mistérios. Preciso conceder poderes. Dar presentes. Exijo, sim, que façam o correto. E muitas vezes entristeço com o andamento errado das coisas. Gosto de brincar e de ver a alegria dos outros. Gostaria de dar a alegria a todos, mas eu mesmo preciso alcançá-la. Tenho a visão do futuro. Sei que existe uma harmonia que posso alcançar.





Nascido de 01 a 30 de novembro

DRAGÃO - Eu sou a personificação da energia. Uma força magnética energiza as minhas emoções. Mas devo conter meus impulsos. Eu sou o protetor da renúncia. A vida ativa é louca e preciso conter minha entrega. A coragem é o meu poder. Não visualizo a derrota e não admito ficar submisso. A vida sem honra é uma vida em vão.





Nascido de 01 a 31 de dezembro

CEGONHA - Eu vou de flor em flor, como o colibri, tirando o mel. Escolho o que existe de melhor na vida para aproveitar. Tenho muito amor próprio. Além disso, procuro levar as pessoas para o caminho do bem. Amo o belo. Dou o exemplo da conduta certa. Com minha consciência limpa e fé na pureza da vida, ando na luz do espírito. Minha cordialidade é infinita e ilimitada.