domingo, 18 de abril de 2010




















Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;

Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros;

Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.

Onde vai aflouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terrala grande vela?

Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano?

José de Alencar

Iracema























Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.



José de Alencar

























Somos filhos da terra cor de urucum.
Dos sons do igarapé e da força do jatobá.
Das águas do Araguaia, do Tapajós, do Iguaçu.
Somos filhos do sol de Kuaray, da lua de Jaci.
E da chuva que semeia o guaraná, a pitanga e o aipim.
Somos filhos dos mitos.
Do uirapuru e seu canto, do vento e do pranto.
Guerreiros, fortes, sábios.
Somos Ianomânis, Guaranis, Xavantes, Caiabis.
E o que somos nunca deixaremos de ser.


Uma homenagem para o dia 19 de abril o Dia do Índio.

Zeli Poa