segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A lenda do Japim mágico


Diz a Lenda, que em certa época uma doença terrível atacou os índios, provocando a morte de muitos deles. Os índios que restaram pediram a ajuda de Tupã.

Tupã então passou a observar os índios e notou que os índios estavam tão tristes pela morte de suas famílias que não caçavam, pescavam, plantavam e nem dançavam mais. Comovido com os índios Tupã envia o seu protegido Japim, um pássaro de canto mágico, para alegrar e curar os índios.

E o Japim então pousou em cima de uma oca no centro da aldeia e cantou suas melodias mágicas. A beleza e variedade do canto entraram pelos ouvidos dos índios enchendo seus corações de alegrias, curando os doentes e afastando a tristeza.

Assim, os índios voltaram a fazer suas atividades diárias como caçar, pescar, dançar.... Tupã então chama o Japim de volta, mas os índios pedem a Tupã que deixe o Japim junto deles para alegrar suas vidas todos os dias. Tupã concorda e deixa o Japim.

O Japim cantava todos os dias e os índios estavam felizes. Assim o Japim passou a ser venerado como um santo. Era tanta a bajulação em cima do Japim que ele ficou convencido e passou a se sentir um rei. Até o ponto que já não mais cantava na aldeia, vivia pelas matas passeando e imitando os outros pássaros, mas como o seu canto era mágico ele sempre cantava melhor do que os que ele imitava.

O Japim sentia-se superior a todos os outros pássaros por ser o protegido de Tupã, por ser o seu canto o mais bonito de todos e não se misturava com os outros a não ser para desprezá-los.

Tanto fez o Japim que um dia Tupã ficou muito zangado e o castigou retirando a sua proteção e seu canto mágico, agora ele só permite que o Japim imite o canto dos outros pássaros, porém sem perfeição.

Quando as outras aves perceberam o que tinha ocorrido, passaram a rir e a atacar o Japim desmanchando seus ninhos e quebrando seus ovos, obrigando ao Japim fazer o seu ninho sempre próximo aos vespeiros e com isso sempre tomar ferroadas. E é por isso que o Japim só imita outras aves e faz seus ninhos muito próximos de colméias de vespas e abelhas.


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Iguaçu - As Cataratas que surgiram do Amor



























Distribuída em várias aldeias, às margens do sereno Rio Iguaçu, a tribo dos Caiangangs formava uma poderosa Nação Indígena. Tinham como deuses Tupã, O Deus do Bem e M'Boy, seu filho rebelde, o Deus do Mal. Era este o causador das doenças, tempestades, das pagas nas plantações, além dos ataques de animais ferozes e das demais tribos inimigas. A fim de se protegerem do Deus do Mal, em todas as primaveras, os Caiangangs a ele ofereciam uma bela jovem como esposa, ficando esta impedida para sempre de amar alguém. Apesar do sacrifício, esta escolha era para ela um privilégio, motivo de honra e orgulho. Naípi, filha de um grande cacique, conhecida em todos os cantos por sua beleza, foi desta vez a eleita.

Feliz, aguardava com ansiedade o dia de tornar-se esposa do temido Deus. Iniciaram-se assim os preparativos da grande festa. Convidados chegavam de todas as aldeias para conhecê-la. Entre eles estava Tarobá, valentes guerreiros, famosos e respeitados por suas vitórias. Ocorreu que, talvez pela vontade do bom Deus Tupã, Tarobá e Naípi vieram a se apaixonar, passando a manter encontros secretos às margens do rio. Sem ser notado, M'Boy acompanhava os acontecimentos, aumentando a sua fúria a cada dia. Na véspera da consagração, os jovens encontraram-se novamente às margens do rio. Tarobá preparou uma canoa para fugirem no dia seguinte, enquanto todos adormeciam, fatigados com as danças e festejos e sob efeito das bebidas fermentadas.

Iniciaram a fuga e, já à boa distância do local M'Boy concretizou sua vingança. Lançou seu poderoso corpo no espaço em forma de uma enorme serpente, mergulhando violentamente nas tranqüilas águas e abrindo uma cratera no fundo do rio Iguaçu. Formaram-se assim as cataratas, que tragaram a frágil canoa. Tarobá foi transformado em uma palmeira no alto das quedas e Naípi em uma pedra nas profundezas de suas águas. Do alto, o jovem apaixonado contempla sua amada, sem poder tocá-la. Restando-lhe apenas murmurar seu amor quando a brisa lhe sacode a fronde.

Em todas as primaveras lança suas flores para Naípi, através das águas, como prova de seu amor. A jovem está sempre banhada por um véu de águas claras e frescas, que lhe amenizam o calor de seus sentimentos. Ainda hoje, M'Boy permanece escondido numa gruta escura, vigiando atentamente os jovens apaixonados. Ouve-se dizer que, quando o arco-íris une a palmeira à pedra, pode-se vislumbrar uma luz que dá forma aos dois amantes, podendo-se ouvir murmúrios de amor e lamento.

Fonte: Escola Vesper (Estudo Orientado)