sábado, 22 de agosto de 2009

Caboclinho



















Caboclinho é um bailado de origem indígena , representa, com música e dança característica, um drama que simboliza batalhas, caçada e colheitas.
A música, leve e ligeira, é executada por pífanos, surdos , maracás, reco-recos e ganzás.
As coreografias são ricas e, entre as mais conhecidas, podemos citar o ataque de guerra, a aldeia, o cipó e a emboscada. As danças mais utilizadas são a guerra e o baião (ou baiano), entre outras, sendo conhecidas genericamente por Toré. Com exceção dos músicos, todos os demais se envolvem num bailado rápido, que exige desenvoltura e, principalmente, excelente forma física, pois se abaixam e se levantam agilmente, ao mesmo tempo em que rodopiam, apoiando-se nas pontas dos pés e calcanhares.

A indumentária utilizada pelos Caboclinhos, ricamente enfeitadas com penas, é composta por saiotes, cocares (enfeites de cabeça) e ataca nos punhos e tornozelos, todos de pena de ema, avestruz ou pavão, além de colares com dentes de animais e pequenas cabaças presas à cintura.

Os Caboclinhos possuem seus personagens, com funções específicas dentro do bailado: o Cacique (ou Caboclo-Velho), a Índia-Chefe (ou Mãe-da-Tribo), o Pajé, o Matrua, o Capitão, o Tenente, os Perós (meninos e meninas), o Porta-Estandarte, os Caboclos de Baque (músicos) e os caboclos e caboclas.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Rudá



















Deus do Amor (Tupi), encarregado de promover a reprodução de todos os seres vivos. Tem a aparência de um guerreiro e vive nas nuvens, com duas ajudantes: Cairé (a Lua Cheia) e Catiti (a Lua Nova). Essas duas tinham a missão de despertar saudades nos amantes ausentes.

Rudá é o Cupido dos Indígenas. É a ele que as virgens e os guerreiros se dirigiam, pedindo-lhe proteção nas suas pretensões amorosas.

As cunhãs, nas horas de saudade do seu amado, como suas ancestrais índias, erguiam a voz à Rudá de braço estendido na direção em que deve andar o seu bem amado, e imploravam:


"Rudá, Rudá,
Iuaká pinaié
Amãna reçaiçu

Iuaká pinaié
Aiuté Cunhã

Puxiuéra oikó
Ne mumamára ce recé

Quahá caarúca pupé"
Traduzindo:


" Óh Rudá, tu que estás nos céus e que amas as chuvas...Tu que estás no céus...faz com que ele, por mais mulheres que tenha, as ache todas feias; faz com que ele se lembre de mim esta tarde quando o Sol se ausentar no ocidente...."

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Kerpimanha



















Contam os tupis que junto a Tupã, o deus dos deuses, capaz de dominar os raios e os trovões, morava uma deusa-anciã, chamada Kerpimanha.
A velha senhora, dona dos sonhos, desce do céu pelo caminho do arco-íris para trazer os sonhos que sonhamos, por vezes acordados durante o dia, e pelos raios da estrelas os que sonhamos durante a noite, em repouso.
Com um sopro de vida ela entra nos corações das pessoas e só sai de lá quando elas despertam, assim quando uma pessoa se lembra do seu sonho encontra o recado de Tupã que a velha deixou gravado no seu coração.

sábado, 1 de agosto de 2009

Erro de português





Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Oswald de Andrade