quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
O primeiro poema
O menino foi andando na beira do rio
e achou uma voz sem boca.
A voz era azul.
Difícil foi achar a boca que falasse azul.
Tinha um índio terena que diz-que
falava azul.
Mas ele morava longe.
Era na beira de um rio que era longe.
Mas o índio só aparecia de tarde.
O menino achou o índio e a boca era
bem normal.
Só que o índio usava um apito de
chamar perdiz que dava um canto
azul.
Era que a perdiz atendia ao chamado
pela cor e não pelo canto.
A perdiz atendia pelo azul.
Manoel de Barros
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nádia, esse nosso azul é tradicional mesmo. Lindinho o poema.
ResponderExcluirBeijo carinhoso
Manoel